Novo ano lectivo 2024-2025 : Já começou ! E o que muda ? Telemóveis fora das escolas ?
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Pela primeira vez, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) definiu o calendário escolar para os próximos quatro anos lectivos, de modo a garantir condições de organização às escolas e às famílias. Finalmente ! Calendário Escolar e 2024-2025 a 2027-2028, fixando as regras relativas ao funcionamento das actividades educativas e lectivas, designadamente o seu início, o seu termo e os períodos de interrupção (férias),
Em Portugal, evita-se a palavra 'férias' como se fosse um crime! Na Europa e no continente americano, pelo menos, para falar do que conheço a palavra 'férias' é bem explícita, Vejamos o caso de França sobre a qual escrevi na postagem Rentrée scolaire 2024-2025: Quoi de neuf ?
Les dates de vacances scolaires 2024-2025
Eh! Oui. Les vacances, c’est important aussi. Voici le nouveau calendrier des vacances scolaires :
"Les vacances, c’est important aussi." está escrito textualmente no site do Ministère de l'Éducation Nationale et de la Jeunesse.
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Regras das Actividades Escolares
Segundo o Despacho do MECI, nos próximos quatro anos lectivos, mantém-se a possibilidade da adopção de uma organização por semestres da actividade das escolas, em vez da organização trimestral (a mais comum).
É dada, ainda, a possibilidade de as escolas utilizarem dias contemplados na terceira interrupção do ano lectivo, através da fixação de outro ou outros períodos de interrupção.
Por fim, o Despacho do MECI estabelece que as escolas possam encerrar, por completo, pelo período de uma semana, durante o mês de Agosto, por forma a compensar a intensidade e a exigência das tarefas desenvolvidas no final do ano lectivo.
Provas e exames nacionais
Ao contrário do que aconteceu até aqui, não é, desde já, estabelecido um calendário da avaliação externa (provas de monitorização de aprendizagem, provas finais do 9.º ano e exames nacionais do ensino secundário). O MECI remete essas datas para regulamentação própria a fixar posteriormente.
créditos: MECI
Provas Digitais :
A partir do ano lectivo 2024/2025 serão implementadas provas-ensaio a meio do ano lectivo para os alunos se familiarizarem com o formato digital. Esta preparação para as provas digitais garantem equidade e eficácia no processo avaliativo.
Períodos lectivos:
De acordo com o despacho do MECI, o ano lectivo 2024-2025, os três períodos lectivos distribuem-se da seguinte forma:
1.º Período
- Início das aulas: 12 e 16 de Setembro de 2024
- Fim das aulas: 17 de Dezembro de 2024
2.º Período
- Início das aulas: 6 de Janeiro de 2025
- Fim das aulas: 4 de Abril de 2025
3.º Período
- Início das aulas: 22 de Abril de 2025
- Fim das aulas: 6 de Junho de 2025 (9.º, 11.º e 12.º anos), 13 de Junho 2025 (5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos) e 27 de Junho 2025 (pré-escolar e 1.º, 2.º, 3.º e 4.º anos)
Quanto às pausas letivas, estão definidos quatro momentos: Natal (duas semanas), Páscoa (duas semanas), Carnaval (três dias) e verão (três meses). A saber:..
via esla
Interrupções lectivas (férias) :
Natal
Início das férias: 18 de Dezembro de 2024
Fim das férias: 3 de Janeiro de 2025
Carnaval
Início das férias: 3 de Março de 2025
Fim das férias: 5 de Março de 2025
Páscoa
Início das férias: 7 de Abril de 2025
Fim das férias: 21 de Abril de 2025
Verão
Início das férias: 7 de Junho de 2025 (9.º, 11.º e 12.º anos), 14 de Junho de 2025 (5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos) e 8 de Junho de 2025 (educação pré-escolar e 1.º, 2.º, 3.º e 4.º anos)
Fim das férias: (?) Setembro de 2025
créditos: Nuno Veiga/ LUSA
Falta de professores :
As aulas começaram entre os dias 12 e 16 de Setembro 2024, num novo ano lectivo que o ministro da Educação, Ciência e Inovação já admitiu arrancar com "milhares de alunos sem aulas." O nº exacto de falta de professores não foi revelado, mas ficou prometido para breve.
Tal como em França, Espanha e outros países enfrentam falta de professores para preencher todos os horários existentes. Assim, prevê-se que haja currículos sem professor, já no início deste novo ano lectivo. O Governo aprovou, para este ano, um conjunto de medidas para tentar responder à falta de professores nas escolas, que passam pela possibilidade de contratar professores aposentados com uma remuneração extra ou de bolseiros de doutoramento.
Além do plano "+ Aulas + Sucesso", o Governo vai criar um apoio a professores deslocados colocados em escolas para onde é difícil contratar docentes e vai realizar, ainda durante o 1.º período, um novo concurso de vinculação extraordinária para as escolas mais carenciadas.
O ministro da Educação referiu que, além desta vinculação extraordinária, haverá ainda “um apoio à deslocação para professores que residem a mais de 300 km de 450 euros”:
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via Executive Digest
Por grupo de recrutamento, há 11 disciplinas com mais de uma centena de vagas, quase todas para professores que dão aulas ao 3.º ciclo e ensino secundário.
Depois do grupo de recrutamento de Educação Especial, que conta com 222 lugares de quadro, seguem-se as disciplinas de Informática (193 vagas), Matemática (186 vagas) e Português (166 vagas).
Integração de alunos filhos de pais estrangeiros nas escolas:
Fernando Alexandre sublinhou a importância do projecto “super inovador” que está a ser desenvolvido na escola Laura Ayres de Quarteira, permitindo a integração em Portugal de muitos jovens filhos de pais estrangeiros.
No agrupamento de escolas acima mencionada, há alunos e docentes provenientes de 56 países, totalizando 1.111 alunos estrangeiros que são 39% do total de estudantes, sendo a maioria deles de origem brasileira.
créditos: Google Images Archive
via o Observador
Uso ou não de telemóveis nas escolas ?
O Ministro da Educação recomendou agora a proibição do uso e da entrada de telemóveis nas escolas para o 1.º e 2.º ciclos. A recomendação foi aprovada num Conselho de Ministros dedicado quase exclusivamente ao tema da Educação.
Os miúdos estão ok? Cada vez mais escolas banem os telemóveis a pensar na saúde dos alunos (e não há revolta nem de pais nem de filhos). É preciso retirar os telefones dos recreios e cada vez mais escolas o fazem sem que os pais ou os alunos tenham tentado travar a mudança.
Já várias escolas portuguesas tinham imposto a não utilização de telemóveis nos recintos escolares, em anos escolares anteriores.
Até este ano lectivo que apenas 2% dos agrupamentos de escolas proibiram a utilização de smartphones nas escolas, mas o Governo acredita que mais estabelecimentos de ensino devem seguir esta medida.
“Hoje temos muitas evidências de que a utilização de smartphones pode ser não uma vantagem, mas uma desvantagem para as aprendizagens e que em determinadas idades o uso do smartphone pode deteriorar o bem-estar das crianças”,
Ministro da Educação
- Para os alunos até aos 12 anos (1.º e 2.º ciclos) o Governo recomenda a proibição do uso e da entrada de telemóveis na escola (aulas e recreio) – «há muitas provas de que há efeito muito negativo»;
- Para os alunos dos 12 aos 15 anos (3.º ciclo), recomenda medidas que restrinjam e desincentivem o uso de smartphones nas escolas, havendo autonomia da escola;
- Para os alunos com mais de 15 anos (Secundário), recomenda uma estratégia das escolas para que sejam usados responsavelmente.
- Haverá naturalmente excepções. Por exemplo : razões médicas, falta de domínio da língua (como instrumento de tradução. outros…)
Conforme os alunos regressam às salas de aula em toda a Europa continental, há um número crescente deles que foi forçado a deixar os seus telemóveis para trás.
Caso de países europeus :
França e Bélgica :
Em França, 200 escolas secundárias estão a testar uma proibição, enquanto as escolas primárias de língua francesa na Valónia e Bruxelas, na Bélgica, avançaram com as suas próprias proibições.
País Baixos :
Há seis anos, quando o presidente do Calvijn College, nos Países Baixos, começaram a considerar a possibilidade de proibir smartphones nas suas escolas, a ideia deixou alguns alunos horrorizados.
“Perguntaram-nos se pensávamos que estávamos a viver nos anos 1800”, disse Jan Bakker, presidente da escola, cujos alunos têm entre 12 e 18 anos.
Apesar da resistência, a escola avançou com a proibição.
“Andando pelos corredores e pelo pátio da escola, só se viam crianças nos seus smartphones. As conversas estavam em falta, as mesas de ténis de mesa estavam vazias”, referiu Bakker. “Basicamente, estávamos a perder a cultura social.”
Para os alunos no Calvijn College, a onda arrebatadora de mudanças foi emocionante. Desde o momento em que começaram a exigir que os alunos deixassem seus telemóveis em casa ou os trancassem durante o dia, os funcionários da escola observaram a cultura da escola transformar-se. “Basicamente, o que perdemos, recuperámos”, garantiu Bakker. “Os alunos brincam uns com os outros e conversam uns com os outros. E muito menos interrupções nas aulas.”
Em Janeiro 2024, o Governo holandês entrou no debate, pedindo às escolas que proibissem telemóveis, tablets e smartwatches da maioria das salas de aula do ensino secundário em todo o país. A recomendação foi recentemente estendida às escolas primárias.
créditos: Ivo Pereira/Global Imagens
via Executive Digest
Erradicar ou pôr normas ?
Bom, há já alguns anos que me aposentei. Mas fui das primeiras professoras, senão a primeira a introduzir a tecnologia pedagógica nos currículos escolares de Português e Francês LE2, quer em sala de aula quer via blogs e plataforma digital criados por mim, para complemento curricular das competências e aprendizagens do alunos.
Havia mesmo conversação escrita com dúvidas e opiniões via comentários no BlogdosCaloiros (Português) e no BlogSkidz (Français LE2) entre alunos e professora. E uma sala de conversação digital (chat) em que os alunos expunham as suas dúvidas sobre as actividades curriculares de Kidzlearn Lugares & Aprendizagens. O projecto foi muito parabenizado na Europa via conferências várias. E workshops para professores.
Foi mesmo projecto finalista em 2004 em Global Junior Challenges.
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Só que havia regras. Eu entrava na sala de aula, colocava o smartphone em cima da mesa de professores e desligava-o em frente aos alunos. De imediato, toda a turma sacava dos seus smarthphones, desligavam-nos e poisavam todos os telemóveis em cima das mesas, do lado direito.
Havia aulas em que trabalhámos com smartphone em determinados momentos. Rapidamente ligavam, seguiam-me nas actividades que eu indicava, e quando acabavam poisavam de novo, desligados.
Eram blocos de 90m o que dava mais tempo e tornava as altas muito entusiasmantes para os estudiantes. Não infringiam as normas. E seguiam com interesse as actividades.
Retirar completamente os telemóveis das escolas distancia por completo o ensino digital,. É que os alunos sabem tudo sobre smartphones, excepto usá-los com fins pedagógicos. Podem crer. Há que fazer com eles uma aprendizagem.
Esta é a opinião pessoal de uma experiência que resultou em pleno.
Para todos um bom ano escolar, professores.as e alunos.as e que os resultados obtidos sejam positivos.
Para se ser professor.a é preciso ter vocação - ninguém disse que é fácil - e muita paixão ! É preciso gostar mesmo ! E terá um feedback bem mais interessante dos alunos. Claramente !
A Professora Formadora GSouto
17.09.2024
fontes: MECI/ Observador/ ExecutiveDigest/projectos pessoais