Ler para saber : Livros sobre 25 Abril
25 de Abril
cartoon: André Carrilho
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, As Mãos (excerto)
Foi há 43 anos que a liberdade se fez em Portugal. Se perguntarmos aos jovens estudantes quem descobriu a Índia ou o Brasil estarão informados, pois é inquestionável o papel da escola e da literatura na transmissão desse saber e desse imaginário.
slideshare aluna 11º ano
Francisca Silva, 2014
"Todavia, se perguntarmos sobre 25 Abril de 74 poucos saberão da importância deste acontecimento da História de Portugal que tanto contribuiu para a mudança e para a evolução quer do ponto de vista da condição humana, quer do ponto de vista social."
Maria Manuela Cruzeiro/ Augusto José Monteiro
slideshare aluna 11º ano
Francisca Silva, 2014
E qual a simbologia do cravo ligada a este dia 25 Abril? Há várias versões, mas uma delas pode ser esta.
Mas está nos livros. Faz parte, naturalmente, da nossa história. E, nem que seja só por isso, tem de ser estudada.
Deixo então uma sugestão de leitura: Vinte Cinco a sete vozes de Alice Vieira. Já tinha falado neste livro quando dediquei um post aos 30 Anos de livros de Alice Vieira.
Vinte Cinco
a sete vozes
Alice Vieira
edições Caminho
Sinopse:
Que foi que aconteceu no dia 25 de Abril de 1974? Aparentemente a resposta é fácil. Mas só aparentemente, pois tudo vai depender da idade que têm os que a ela respondem... Para os mais novos, aqueles a quem 1974 é a Pré-História, 25 de Abril, 10 de Junho, 5 de Outubro ou 1.º de Dezembro é tudo o mesmo, ou seja, é feriado e isso é que importa. Mas para os mais velhos, as coisas não são assim tão simples.
Do conjunto de sete vozes diferentes se faz esta história - com um final feliz, já que a liberdade também se pode festejar de mãos dadas num centro comercial da cidade...
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 6º ano: leitura orientada na sala de aula. Grau de Dificuldade III, currículos de Língua Portuguesa.
A Flor de Abril
uma história da revolução dos cravos
Pedro Olavo Simões
ilustrações: Abigail Ascenso
Sinopse:
Um pai, pintor, busca na memória as respostas à curiosidade do filho, que viu um cravo desenhado sobre o cano de uma espingarda.
Com a simplicidade dessa conversa a dois, vemos como Portugal despontou para a liberdade numa madrugada de 1974.
O livro conta a história de um quadro pintado numa oficina iluminada por 37 anos de liberdade. A flor no cano de uma espingarda que o pai de João imortaliza no quadro que pinta, explica aos mais novos como um cravo vermelho no cano de uma espingarda se fez símbolo da alvorada de um novo Portugal.
Nível etário: 8-12 anos.
25 de Abril
Revolução dos Cravos
História de Portugal
Paula Cardoso Almeida
ilustrações: Carla Nazareth, Patrícia Alves & Miguel Gabriel
Quidnovi, 2008
http://bibliofiliajsd.blogspot.pt/
Sinopse:
Numa colecção de História de Portugal, este livro centra-se na narrativa da Revolução de Abril propriamente dita, consequência quase natural de várias décadas de opressão, censura, pobreza e guerra colonial.
História de uma flor
Matilde Rosa Araújo
ilustração: João Fazenda
edições Caminho
Sinopse:
«Nas ruas havia flores vermelhas por toda a parte. No peito das mulheres, dos homens, nos olhos das crianças, nos canos silenciosos das espingardas. Nem era uma guerra, nem uma festa. Era o mundo de coração aberto.»
Livro de Matilde Rosa Araújo, publicado em 1983 na colectânea A Velha do Bosque, editado autonomamente em 2008, com ilustrações de João Fazenda. A autora cruza a dimensão simbólica com a histórica, criando uma metáfora particularmente expressiva da libertação ocorrida em Portugal a seguir ao 25 de Abril.
Um livro que é um poema à beleza e à liberdade. Ganha nova dimensão nesta edição autónoma, exemplarmente ilustrada.
Disponível em versão impressa e ebook
Nível etário: infantil
Não devemos descurar a partilha de uma 'memória histórica', que passa testemunhos mais autênticos. Passaram 43 anos sobre 'esse momento'.
“A história é como uma montanha que só de longe se pode admirar na sua grandeza e nos seus abismos”
Müller, citado por Torgal, 1989: 214
Aqueles que viveram os factos, e que ainda estão entre nós, conseguem revivê-los e reconstruí-los de uma forma mais precisa e eventualmente, já com alguma isenção, por se ter passado o tempo suficiente para sacudir o pó da excessiva emoção.
A Professora GSouto
25.04.2017