História : O sismo que abalou Portugal em 1969
Sismo Portugal 1969
https://www.rtp.pt/noticias/pais/
"Eram 3 horas e 41 minutos, exatamente, quando os relógios pararam, os próprios sismógrafos avariaram e o medo assaltou uma população inteira, que na sua maioria veio para a rua aterrorizada”
in Diário de Lisboa
Na madrugada do dia 28 de Fevereiro de 1969, um abalo de 7.5 na escala de Richter com epicentro no Atlântico, a 230 quilómetros a sudoeste de Lisboa (mais tarde corrigido para 7.3) abalou o país. Seguiu-se um abalo mais perto de Lisboa, sentido pelas 5h28.
O terramoto que afectou sobretudo a região do Algarve e a área metropolitana de Lisboa, também se fez sentir no Porto. Faz hoje 50 anos.
Sismo 1969
via Sábado
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Chegou a ser sentido a 1 300 quilómetros do epicentro em Bordéus e nas Canárias. Foi o mais forte sentido em 70 anos e tornou-se o quinto mais forte alguma vez registado na zona de Portugal Continental e Atlântico adjacente.
Morreram 13 pessoas — duas atingidas pelos destroços dos edifícios, e 11 pessoas no pânico de querer fugir. O sismo de 28 de Fevereiro de 1969 foi considerado o mais forte do século XX a atingir Portugal. Pior só o de 1755.
"Este é o sismo de maior magnitude sentido na Europa desde o grande terramoto de Lisboa de 1755. Ocorreu na madrugada de 28 de fevereiro de 1969 tendo gerado alarme e pânico entre a população, cortes nas telecomunicações e no fornecimento de energia elétrica. Para além do continente português, foi sentido na Madeira, Espanha, Marrocos e França, com registo de vítimas mortais em Portugal e Marrocos, tendo ainda sido gerado um pequeno tsunami registado instrumentalmente."
IPMA
A destruição em Fontes Louzeiro
créditos: CERU Europa
O sismo, além da sua grande intensidade, “foi particularmente violento pela extraordinária duração: cerca de um minuto – um minuto que durou horas”, lia-se no diário vespertino, dando conta de fugas para telhados e para o meio da rua durante a madrugada.
De um momento para o outro “um forte abanão acordou toda a gente”. Havia um barulho “bastante grande que vinha de todas as direcções” a invadir a casa. As loiças caíam dos armários e os quadros desprendiam-se das paredes. Fugiram todos para a rua.
Jorge Miguel Miranda lembra-se de estar de pijama e de ver toda a vizinhança com roupa de dormir a enfrentar a noite fria de Inverno. O abanão sentiu-se durante um minuto. Depois dissipou-se e todos voltaram para casa.
Pessoas de pijama fogem dos edifícios
créditos: Jornal de Notícias
Os sismógrafos dos institutos geofísicos de Lisboa e Coimbra falharam e o único registo completo foi o do aparelho instalado na Ponte 25 de Abril, que foi preciso complementar com dados enviados de Berkeley, nos Estados Unidos.
Para assinalar a efeméride, o IPMA, Instituto Superior Técnico e o laboratório associado Instituto Dom Luiz lançaram um inquérito nacional para recolher relatos sobre o que acabou por ser, ainda hoje, o sismo de maior magnitude sentido na Europa desde o grande terramoto de Lisboa de 1755.
créditos: IPMA
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A ideia é recolher o maior número de testemunhos entre a população afectada para complementar os parcos registos da época, agora que as tecnologias de comunicação o permitem.
“Não haverá no futuro outra ocasião com este significado e com real possibilidade de se salvaguardar esta memória”, apelam os autores do projecto, na data em que se volta a lembrar a noite em que a terra tremeu a sério.
Destruição sismo1969
via RTP Ensina
Actividades:
- Pesquisar e recolher dados sobre o acontecimento: familiares; imprensa; media de efeméride.
- Dinamizar na comunidade escolar, um simulacro de sismo, solicitando o apoio de pessoal especializado.
A Professora GSouto
28.02.2019