Dia Internacional da Língua Materna & Ano Internacional das Línguas Índígenas
Dia Internacional da Língua Materna 2019*
No dia 21 de Fevereiro celebra-se o Dia Internacional da Língua Materna. Esta efeméride foi proclamada pela UNESCO em 1999 e reconhecida formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas; o episódio que lhe deu origem remonta a 1948.
Ao comemorar o Dia Internacional da Língua Materna pretende-se proteger todas as línguas faladas no Mundo, honrando tradições culturais e respeitando a diversidade linguística. Estima-se que metade das quase 7000 línguas faladas no Mundo esteja em risco de desaparecer; ora, como alerta, Directora-Geral da UNESCO, a perda de línguas empobrece a Humanidade.
O Dia Internacional da Língua Materna é observado desde Fevereiro de 1999 e promova a diversidade línguistica e cultural, bem como o multilingualismo
créditos: Autor não identificado
via Google Imagens
Saber +
Em 1948, o Governo do Paquistão (hoje Bangladesh) declarou o urdu como única língua oficial para todo o território. No entanto, a maioria de falantes tinha como língua materna o bengali, e por isso houve protestos.
Em 21 de Fevereiro de 1952, em Dhaka, durante uma manifestação em defesa do reconhecimento do bengali, estudantes universitários e activistas enfrentaram forças policiais. E muitos foram mortos enquanto protestavam pelo reconhecimento da sua língua - o bengalês - como um dos dois idiomas oficiais do então Paquistão.
créditos: Autor não identificado
via Google Imagens
Língua Materna
A língua materna estrutura-nos, é a nossa raiz, individual e grupal. Aprendemo-la na infância, crescemos com ela e vamos intuindo (e ajuizando sobre) o funcionamento dela. Comunicamos, pensamos, sentimos, criamos com e pela língua materna; ela é sinónimo de identidade cultural.
A língua portuguesa tem cerca de 250 milhões de falantes.
Crianças sírias em sala de aula campo refugiados norte de Gaza
créditos: UN Photo/Eskinder Debebe
Mensagem:
Nesta 20ª edição do Dia Internacional da Língua Materna, é importante lembrar que todas as línguas maternas contam e são essenciais para construir a paz e apoiar o desenvolvimento sustentável.
A língua materna é essencial para a alfabetização, porque facilita a aquisição de competências básicas de leitura, escrita e contar nos primeiros anos de escolaridade. Essas competências são a base do desenvolvimento pessoal.
A língua materna é também uma expressão única da nossa diversidade criativa, uma identidade e uma fonte de conhecimento e inovação. Ainda há muito a fazer. A língua de ensino raramente é a língua materna dos alunos nos primeiros anos de escolaridade.
Segundo a UNESCO, "cerca de 40% dos habitantes do mundo não têm acesso à educação na língua que falam ou compreendem".
Audrey Azoulay, Directora-geral UNESCO
2019 é o Ano Internacional das Línguas Índigenas. Será comemorado pela UNESCO e seus parceiros ao longo do ano de 2019.
A UNESCO lançou um site exclusivo para o IYIL2019, que contribuirá para a conscientização da necessidade urgente de se preservar, revitalizar e promover as línguas indígenas no mundo.
Ir longe:
Actualmente, existem por volta de 6 000 a 7 000 línguas no mundo. Cerca de 97% da população mundial fala somente 4% dessas línguas, e somente 3% das pessoas do mundo falam 96% de todas as línguas existentes. A grande maioria dessas línguas, faladas sobretudo por povos indígenas, continuarão a desaparecer em um ritmo alarmante. Sem a medida adequada para tratar dessa questão, mais línguas se irão perder, e a história, as tradições e a memória associadas a elas provocarão uma considerável redução da rica diversidade linguística em todo o mundo.
Recursos:
No site oficial do Ano Internacional das Línguas Índigenas, podem encontrar informações sobre os planos para celebrar o IYIl 2019: acções e medidas a serem tomadas pela academia - escolas e universidades.
Actividades:
Convidar alunos a :
- Fazer uma pesquisa sobre línguas índigenas por exemplo dos Palop: Cabo Verde Guiné, Angola, Moçambique, outros, como Macau;
- Se tem na sua turma alunos oriundos de um destes países, ou alunos migrantes acolhidos no nosso país, solicitar que eles se exprimem na sua língua materna, numa apredizagem multilimguísitca na sala de aula;
O Beijo da Palavrinha
Mia Couto
editora Caminho
- Apronfundar o conhecimento de escritores como Mia Couto que tem participado no desenvolvimento do multiliguismo ao introduzir vocábulos em crioulo nas suas obras;
Nota: Livro recomendado 4º ano, leitura autónoma;
Mar me quer
Mia Couto
ilustração João Nasi Pereira
editora Caminho
Nota: Livro recomendado 8º ano, leitura orientada.
- Ler obras de escritores portugueses que têm contribuido para o desenvolvimento da lígua materna: Sophia Mello Breyner, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Hélia Correia, Manuel António Pina, José Luís Peixoto, sem esquecer Luisa Dacosta, entre outros;
- Seguir no Twitter o hashtag #IMLD2019 em línguas estrangeiras curriculares: Inglês, Francês, Espanhol, Alemão;
- Publicar tweets (conta escolas) elaborados pelos alunos a propósito do Ano Internacional das Línguas Índigenas e do multilinguismo;
- Publicar tweets na língua materna - Português - acrescentando a en ajoutant hashtag #JILM2019;
Ao longo de 2019, poderão seguir todos os eventos do Ano Internacional das Línguas Índigenas no site oficial. E por que não partilhar algumas das Actividades mais interessantes desenvolvidas nos currículos sobre esta temática.
Os alunos poderão descobrir recursos, vídeos, imagens e outros, e aproveitar a rica variedade de actividades.
A Professora GSouto
21.02.2019
* O Poster do Dia Internacional da Língua Materna não estar disponível em Português.