Ciência : Primeira foto de Black Hole ! Parabéns cientista Katie Bouman !
Google Doodle celebra a 1ª imagem de um Black Hole
doodler: Nate Swinehart
https://www.google.com/doodles/
Hoje, dia 11 Abril 2019, Google celebra a primeira imagem de um Buraco Negro/ Black Hole com um Doodle criado literalmente 'feito em cima do joelho' por um dos criativos/doodlers da Google.
Habitualmente, estas criações são o resultado de várias semanas (ou até meses) de planeamento e rascunhos. Mas este foi em cima do acontecimento. Ciente da importância científica deste feito, o criativo/doodler Nate Swinehart não perdeu tempo e criou todo o conceito deste Doodle no seu carro, enquanto ia para o trabalho. Parabéns!
rascunho do Doodle
doodler: Nate Swinehart
Google Doodle:
O Doodle começa por nos apresentar as palavra Google com um quadrado em branco ao centro, onde é apresentada a fotografia do buraco negro após um 'flash'.
Depois de tirada a fotografia, aparece o evento característico dos buracos negros. O centro da fotografia começa a 'aspirar' todos os conteúdos da imagem, acabando por se consumir a si próprio.
Nate Swinehart não é um novato neste tipo de criações. Foi responsável por vários Doodles referentes a astros. Para Swinehart, este tipo de eventos são uma excelente oportunidade para criar algo que deixe as pessoas interessadasa neste tipo de acontecimentos.
Programadora Katie Bouman
responsável pelo algorítmo que revelou imagem
via Facebook
Programadora Katie Bouman:
E quem foi a responsável pela prineira foto do buraco negro? Chama-se Katie Bouman, tem 29 anos e foi graças a ela que o mundo assistiu a um marco histórico ontem, dia 10 Abril: a divulgação da primeira fotografia de sempre de um buraco negro.
1ª fotografia de Black Hole
https://eventhorizontelescope.org/
A jovem cientista foi quem liderou a criação de um algoritmo que permitiu captar a imagem real nunca antes vista pelo Homem, e que veio comprovar a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, divulgada há mais de um século, isto é, em 1915.
Programadora Katie Bouman
via Facebook
Foi em Junho que Katie Bouman e outros investigadores viram pela primeira vez o resultado de vários anos de trabalho e investigação: um “anel de fogo”, criado pela deformação do espaço-tempo, formado pelas ondas de luz que não foram sugadas pelo buraco. Mas Bouman e os colegas tiveram de guardar este segredo durante muito tempo.
A imagem foi revelada ao mundo ontem, dia 10 Abril e Bouman pode, finalamente, partilhar o feito publicamente. No Facebook, a investigadora publicou uma fotografia do momento em que assistiu ao processamento da imagem pela primeira vez.
Programadora Katie Bouman
via Facebook
A cientista explicou ao MIT News que tentar tirar uma fotografia de um buraco negro é como “tentar fotografar uma laranja na Lua, mas com um radiotelescópio”.
"Imaginar algo tão pequeno significa que precisamos de um telescópio com 10 mil quilómetros de diâmetro, o que não é prático porque o diâmetro da Terra não chega a 13 mil quilómetros”
Katie Bouman
Por isso, não foi usado apenas um, mas vários radiotelescópios, localizados em diferentes pontos do globo.
Ora, o algoritmo de Bouman foi decisivo no processamento final da imagem, rendendo os dados recolhidos pelos vários radiotelescópios.
Programadora Margaret Hamilton
créditos: NASA
O MIT comparou mesmo o algoritmo de Bouman ao código da cientista Margaret Hamilton, que permitiu a viagem do Homem à Lua.
Apesar da importância do seu contributo, Bouman realça o esforço colectivo desta investigação, o projecto Event Horizon, que envolveu uma equipa de 200 investigadores de todo o mundo, entre astrónomos, engenheiros e matemáticos.
via Katie Bouman
Bouman admitiu que se questiona sobre formas de envolver mais mulheres na ciência.
"Às vezes penso sobre isso. Como podemos envolver mais mulheres? Um ponto-chave pode ser mostrar que o trabalho em ciências da computação ou em engenharia não é só sentar no laboratório e montar um circuito ou escrever código no computador. (…) É trabalhar com pessoas de todo o mundo, é ir a telescópios que estão a mais de 4.000 metros de altitude. É trabalhar para captar a primeira fotografia de um buraco negro.”
Bouman é agora professora assistente de computação e ciências matemáticas no Instituto de Tecnologia da California, em Pasadena, mas diz que vai continuar a trabalhar com o projeto Event Horizon.
A Professora GSouto
11.04.2019