António Gedeão : Centenário do poeta 1906-2006
António Gedeão/ Rómulo de Carvalho/ BN
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida como outra coisa qualquer.
António Gedeão, Pedra Filosofal
Dados biográficos:
'António é o meu nome'
Rómulo de Carvalho
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (1906-1997), insigne investigador da história das ciências, professor e pedagogo tornou-se alvo de reconhecimento do grande público com o pseudónimo literário de António Gedeão, nomeadamente como autor do célebre poema que foi cantado, Pedra Filosofal.
Manuscrito Pedra Filosofal
António Gedeão
http://www.100anos-romulogedeao.info/
António Gedeão/ Rómulo de Carvalho
créditos: Autor não identificado
via Google Images
Rómulo de Carvalho começou a revelar pendor poético ainda na infância, conhecendo-se, pelo menos, três composições autógrafas datadas de 1911: as quadras "Era uma vez um menino", Maria é o 1º nome, bem como o poema "Um Casamento".
Com uma tão acentuada e precoce predisposição literária seria natural que o jovem Rómulo, concluídos os estudos liceais, ingressasse numa Faculdade de Letras (o regime republicano criara, precisamente no ano em que compusera os primeiros versos, as Universidades de Lisboa e do Porto).
ilustrações do autor (esq.) / Vista parcial do Lab.de Física, Liceu Pedro Nunes, hoje com o nome do Professor
via OTC
No entanto, tal não viria a suceder e acabaria, depois de uma episódica passagem pelos preparatórios de Engenharia Militar na Faculdade de Ciências de Lisboa, por se matricular na licenciatura em Físico-Química da Faculdade de Ciências do Porto com a firme resolução de ingressar no professorado.
A par da actividade de professor liceal, de divulgador de temas científicos, e de investigador, Rómulo de Carvalho retomou, no início da década de 50 o início da criação poética.
Centenário :
António Gedeão
cartaz da Exposição
http://www.100anos-romulogedeao.info/
Segundo o testemunho publicado por Natália Nunes, a ideia de adoptar um pseudónimo literário ter-lhe-á surgido em 1954-1955.
António Gedeão publica, aos cinquenta anos, o seu primeiro livro de poesia: Movimento Perpétuo (1956), a que se seguem Teatro do Mundo (1958) e Máquina de Fogo (1961). Com apenas três livros editados em meia dúzia de anos, ganha rapidamente um lugar de relevo no panorama literário português.
Centenário Rómulo de Carvalho / António Gedeão
in Diário das Beiras 2006
Contemporâneo de poetas então já consagrados, como Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, entre outros, António Gedeão surgiu como um «poeta novo e diferente»
A musicalização de alguns dos seus poemas como «Pedra Filosofal» ou «Calçada de Carriche» contribuiu para popularizar a sua obra poética junto do grande público na década de setenta do déculo XX.
Pedra Filosofal, cantada por Manuel Freire, é bem conhecida dos Portugueses. O poema, escrito por António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, publicado em 1961, tornou-se um hino à liberdade e ao sonho.
Rómulo de Carvalho/ António Gedeão
créditos: Autor não identificado
via RTP
Rómulo de Carvalho foi professor de física, pedagogo e autor de manuais escolares, historiador da ciência e da educação, divulgador científico e poeta. Como professor de liceu, marcou os seus alunos durante quatro décadas.
Como poeta e autor, publicou uma extensa obra no campo da poesia, ficção, ensaio, entre 1956 e 1990 : Poemas Póstumos (1983), Poemas Escolhidos (1997).
Carta a Jorge de Sena
29-XII-1963
créditos: BN Portugal
O Plano Nacional de Leitura e da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário do Nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian em iniciativa conjunta levam a cabo o "Concurso Rómulo de Carvalho/António Gedeão, o poeta da ciência".
"Fiz exame de admissão ao liceu com oito anos e fiquei aprovado. Mas como não tinha idade para frequentar as aulas, continuei na escola primária que era um andar na Travessa do Almada. Ocupava o tempo a ensinar os mais novos. Essa foi a minha primeira experiência como professor. Se calhar, despertou ali a minha vocação…"
António Gedeão
António é o meu nome
créditos: Biblioteca Digital de Portugal
Exposição BN Digital de Portugal:
A BN Portugal levou a cabo uma exposição 'António é o meu nome', Rómulo de Carvalho, de 12 Outubro 2006 a 20 Janeiro 2007.
A Biblioteca Nacional associa-se ao Centenário do nascimento de Rómulo de Carvalho - António Gedeão, personalidade multifacetada que muito contribuiu para enriquecer a cultura portuguesa.
Acresce, ainda, uma razão de ordem moral decorrente do facto de o seu espólio se encontrar integrado no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea desta Instituição por generosa doação da Família.
Actividades:
- Trabalho individual de pesquisa sobre o autor : atenção links assinalados ao longo deste post.
Data de entrega:
1ª semana de Março *
Consultar Guião "Trabalho de Pesquisa" e ficha "Critérios de Avaliação" (caderno diário, anexos)
Qualquer dúvida? É só deixar em Comentários. A resposta será dada no mais breve espaço de tempo.
Bom trabalho!
A Professora GSouto
28.01.2007