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"Em toda a infância houve um jardim - isto é coisa de poetas" Agustina Bessa-Luís | BlogdosCaloiros is my blog in Portuguese Language curriculum. It aims to enhance the lessons using ICT and captivate cultural curiosity

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Escolas : Alexandre O'Neill, vida e obra !

 

 

alexandre-oneill1975.jpg

 

Alexandre O'Neill, 1975

créditos: Autor não identificado

 

Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, escritor, poeta, tradutor e publicitário, nasceu em Lisboa em 19 de Dezembro de 1924. Foi um importante poeta do Movimento Surrealista Português.

 

Autodidacta, O'Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de LisboaO poeta descobriu o Surrealismo em 1945, quando conheceu Mário Cesariny, no café lisboeta “A Cubana”. Em Outubro de 1947, fundou com Cesariny e outros artistas, como José-Augusto França, João Moniz Pereira e António Domingues, o Grupo Surrealista de Lisboa, no qual teve a possibilidade de “escrever, pintar, desenhar colectivamente, rompendo com o individualismo progressista-burguês” 

 

É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa. O grupo rapidamente se desdobra e acaba.

 

 

 

A Ampola Miraculosa

Alexandre O'Neill

https://alexandreoneill.bnportugal.gov.pt/

 

As influências surrealistas permanecem visíveis nas suas obras. Além de livros de poesia. a sua obra  inclui prosa, discos de poesia, traduções e antologias.

 

Não conseguindo viver apenas da sua arte, O'Neill alargou a sua criatividade à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário:

«Há mar e mar, há ir e voltar».

 

Morreu no dia 21 Agosto 1986, após sofrer um segundo ataque cardíaco.

 

 

 

Alexandre O'Neill

créditos: Autor não identificado

 

Curta biografia:

 

Descendente de irlandeses, e da burguesia lisboeta, Alexandre O'Neill nasceu em Lisboa. Filho de José António Pereira de Eça O'Neill de Bulhões, empregado bancário, e de sua mulher, Maria da Glória Vahia de Barros de Castro. Neto paterno da escritora Maria O'Neil.

 

Em 1943, com 17 anos de idade, publicou os primeiros versos num jornal de Amarante, o "Flor do Tâmega". Apesar de ter recebido prémios literários no Colégio Valsassina, esta actividade não foi particularmente incentivada pela família, que almejava que Alexandre O'Neill se dedicasse mais aos estudos e tirasse um curso superior.

 

Datam de 1947 duas cartas de Alexandre O'Neill que demonstram o seu interesse pelo Surrealismo,

 

 

 

No Reino da Dinamarca

Alexandre O'Neill, 1958

Guimarães Editores

https://alexandreoneill.bnportugal.gov.pt/

 

Em 1958, com a edição de No Reino da Dinamarca, Alexandre O’Neill viu-se reconhecido como poeta...

 

A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

 

Alexandre O'Neill, A meu favor

in No Reino da Dinamarca

 

Na década de 1960, provavelmente a mais produtiva literariamente, foi publicando livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções.

 

Mas a doença começava a atormentá-lo. Em 1976, sofre um ataque cardíaco, No início dos anos 80 repartia o seu tempo entre a casa em Lisboa e a vila de Constância. Em 1984, sofreu um acidente vascular cerebral. Morreu prematuramente em Lisboa, a 21 de Agosto de 1986. Tinha  61 anos.

 


André  O'Neill

caricatura

créditos: André Carrilho

 

BNP - Site Alexandre O'Neill:

 

Um novo site sobre Alexandre O'Neill, que se debruça sobre todas as suas facetas, da vida à obra, do homem ao poeta, já está disponível na página da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).

 

Site do O'Neill é um caleidoscópio de informações sobre o poeta surrealista, visto por ele próprio e pelos outros. Aborda múltiplos aspectos da sua vida, do seu humor e da sua obra.

 

“Assim, não espere quem o visita que se diga Debaixo daquela arcada ou A vida e obra de Alexandre O'Neill. Ficamos pela Vidinha, pelo Tomai Lá do O'Neill, passamos por várias Olhadelas e ainda espreitamos a Biblioteca”.

 

Ao visitar o site, é-se imediatamente direccionado para uma página que nos recebe com a assinatura de Alexandre O'Neill, a encabeçar o poema Caixadòclos ...

 

– Patriazinha iletrada, que sabes tu de mim?
– Que és o esticalarica que se vê.
 
– Público em geral, acaso o meu nome...
– Vai mas é vender banha de cobra!
 
– Lisboa, meu berço, tu que me conheces...
– Este é dos que fala sozinho na rua...
 
– Campdòrique, então, não dizes nada?
– Ai tão silvatávares que ele vem hoje!
 
– Rua do Jasmim, anda, diz que sim!
– É o do terceiro, nunca tem dinheiro...
 
– Ó Gaspar Simões, conte-lhes Você...
– Dos dois ou três nomes que o surrealismo...
 
– Ah, agora sim, fazem-me justiça!
 
– Olha o caixadòclos todo satisfeito
a ler as notícias...

Alexandre O'Neill, Caixadòclos

 

O poema é uma espécie de autobiografia, reveladora de como o poeta não se levava a sério, recorrendo à auto-ironia e auto-depreciação, acompanhado de uma caricatura desenhada pelo ilustrador e caricaturista André Carrilho.

 

 


Biblioteca Municipal Alexandre O'Neill

https://www.facebook.com/BMAOCONSTANCIA/

 

Biblioteca Alexandre O'Neill :

 

Tem uma biblioteca com o seu nome em Constância que alberga, por doação do próprio escritor, parte do seu espólio. Ali, podem-se ler os livros que pertenceram a O'Neill, muitos deles com anotações suas ou dedicatórias dos autores.

 

Actividades :

 

  • Convidar os alunos a visitar do site Alexandre O'Neill da BNP para recolherem a informação necessária sobre a vida e obra do autor ;

 

  • Em diálog aberto, esclarecer os vários tópicos seleccionados pelos alunos ;

 

  • Solicitar a escolha de um poema (por grupo de alunos) para ser dito em em sala de aula;

 

  • A Poesia: rever o Texto Poético, recorrendo a apontamentos anteriormente anotados pelos alunos ;

 

  • Escrita criativa: propor a cada aluno, a criação de um poema ao estilo de O'Neill. Apelar aos diferentes estilos de poesia do autor.

 

A Professora GSouto

 

21.08.2023

 

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