Dia do Autor Português : Desdicionário de Língua Portuguesa ?
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
Sei quanto vos custa pegar num dicionário para encontrar uma palavra cujo sentido desconhecem. É tão mais fácil passar à frente ou apenas perguntar aos professores ou educadores... Pois bem, aqui está um Desdicionário que pode pelo desconstrutivo, levar-vos a querer ir ao dicionário saber/ entender o verdadeiro significado de um vocábulo.
O Desdicionário de Luís Leal Miranda e ilustrações de José Cardoso em formato de bolso, foi editado pela Stolen Books no passado dia 16 de Abril e é o resultado de um projecto Novas Palavras Novas, que vivia apenas online. Em várias redes sociais.
Se se abrir numa página aleatória, podemos deparar com o vocábulo “primaverno" - conhecem? - aquela palavra usada "para definir aqueles dias frios de uma estação que já devia ser mais quente". Tal e qual! É como hoje está. Já espicacei a vossa curiosidade?
O Desdicionário da Língua Portuguesa tem prefácio assinado por Ortónimo Silva, o próprio Luís Leal Miranda.
Luis Leal Miranda
Autor: Não identificado
http://p3.publico.pt/cultura/livros/
Saber +
Luís Leal Miranda (Torres Vedras, 1983) foi publicitário, e é jornalista. O Desdicionário da Língua Portuguesa é o seu primeiro Desdicionário. Hum! Então vamos ter mais novas palavras novas!
O Desdicionário da Língua Portuguesa surge depois de uma página de Facebook, Instagram e Tumblr chamada Novas Palavras Novas. Junta 218 palavras inventadas e 25 ilustrações. O livro em formato de bolso, tem 200 páginas, e foi editado pela Stolen Books no passado dia 16 de Abril.
Dedicionário de Língua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
"Jardinheiro": pessoa que está sempre a deixar cair moedas ao chão.
“Não deixa de ser engraçado”,diz Luís Leal Miranda, o autor do Desdicionário da Língua Portuguesa. “É difícil de classificar, não culpo as livrarias. Peço desde já desculpa a toda a gente que o quer arrumar ou procurar.”
O livro é o resultado (tardio, afirma o autor) do projecto Novas Palavras Novas, que existia, como já escrevemos mais acima, apenas online.
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
Numa “estufa para palavras sem raiz etimológica” cabem 218 novas palavras novas e 25 ilustrações de José Cardoso — uma por cada letra grafada.
Há letras do abecedário mais férteis do que outras, já sabemos, mas não faltam ideias a este criador de termos que, “se não fossem inventados, tinham de existir”.
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
Resumo:
"franfolho: s. m. | Uma coisa sem nome, de forma indistinta, que só conseguimos identificar ao apontar e dizer: «É aquilo ali». A palavra "franfolho" surgiu pela primeira vez num dicionário em 1977. Não consta nas edições de anos anteriores nem no léxico de nenhum país de expressão portuguesa.
Vários estudiosos acreditam que "franfolho" surgiu de uma aposta entre lexicógrafos e há quem defenda a existência de um prémio para a primeira pessoa a detectar o intruso. Existe ainda a teoria de que o termo tenha sido incluído no dicionário depois de uma amarga derrota no Scrabble («franfolho» vale 21 pontos).
A tese mais comum, no entanto, é a de que o novo vocábulo entrou no dicionário para apanhar as editoras que o andavam a copiar. «Franfolho» não é a primeira palavra inventada na língua portuguesa porque todas as palavras antes dela também foram inventadas. E não é o primeiro erro do dicionário porque já lá estava a palavra “erro”.
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
http://novaspalavrasnovas.tumblr.com/
O Desdicionário da Língua Portuguesa pretende servir de estufa para palavras sem raiz etimológica, orfanato para nomes de ascendência desconhecida ou mapa para a Atlântida dos significados. Inclui «franfolho» e outras 218 novas palavras novas que se não fossem inventadas tinham de existir"
- "E havia necessidade de publicar uma coisa que está, na sua totalidade, na Internet?"
- "Não, não havia. Mas gosto de o fazer na mesma.”
Luís Leal Miranda
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
Luís Leal Miranda continua agora o Desdicionário da Língua Portuguesa. Um dicionário “precisa de ter um suporte físico para perdurar”. O Facebook, o Instagram e o Tumblr não chegam para albergar vocábulos de outro mundo como “monstro de duas cabeças” (“casal que partilha o mesmo perfil de Facebook”, precisamente!) ou “euclipse” (“perda súbita de identidade associada à chegada de uma namorada/namorado ou emprego novo”).
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
Outras Palavras:
gepeta
s. f. | Uma mentira inocente que ganha vida própria e foge ao nosso controlo.
hipopotimismo
s. m. | A ideia, muitas vezes errada, de que uns quilos a mais nos favorecem.
fície
s. f. | Uma superfície que perdeu os seus superpoderes.
pi-rex
s. m. | Um dinossauro que pode ir ao forno.
efptozleped
s. m. | O nome que se dá aos quadros com letras nos consultórios de oftalmologia.
hemoólico
s. m. | Termo pelo qual os vampiros preferem ser tratados.
cacocracia
s. f. | Forma de governo em que os soberanos são pessoas incompetentes.
burburil
s. m. | Peça de um frigorífico cujo único propósito é fazer um som agudo e repetitivo, inaudível durante o dia mas muito incomodativo à noite.
otopia
s. f. | Mundo imaginário, livre de interrupções, para onde fugimos sempre que colocamos os phones nos ouvidos.
redundalho
s. m. | Um saco de plástico que serve apenas para guardar outros sacos de plástico.
bibelotaria
s. f. | Sinónimo de “quermesse”.
vendavalium
s. m. | Uma brisa calmante num dia de muito calor.
nhamnhamnésia
s. f. | Perda total ou parcial da memória daquilo que comemos ontem ao almoço.
Descionário da Lìngua Portuguesa
Luís Leal Miranda
illustrações: José Cardoso
O autor continua a embirrar com palavras - ou, melhor, com o uso que as pessoas lhes dão. “Literalmente” é uma delas e o uso indevido é um flagelo que pode acabar em decapitações quando ouve coisas como “Perdeu, literalmente, a cabeça”. Isso e advérbios de modo: “Também embirro muitas vezes, mas uso-os, obviamente.”
O livro está à venda “nas melhores livrarias”? diz o autor. Mas será que o encontramos assim, facillmente? É talvez melhor procurar nas prateleiras “mais estranhas”.
Actividades:
Como hoje é o Dia do Autor Português,nada melhor do que ler um livro de um autor português. Para isso, convido-vos a uma pesquisa sobre autores portugueses publicados neste blog. E são muitos, podem crer!
Encontrarão várias sugestões de leitura para este dia tão especial!
Boas leituras... e desleituras, se assim quiserem pesquisar nas redes sociais de Novas Palavras Novas.
A Professora GSouto
22.05.2018
fontes: P3/ Cultura/ Livros
Observador/ Livros
Novas Palavras Novas/ Facebook