"Em toda a infância houve um jardim - isto é coisa de poetas"
Agustina Bessa-Luís |
BlogdosCaloiros is my blog in Portuguese Language curriculum. It aims to enhance the lessons using ICT and captivate cultural curiosity
"Em toda a infância houve um jardim - isto é coisa de poetas"
Agustina Bessa-Luís |
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E de novo o Natal ! Mas antes celebremos o solstício do Inverno, no dia mais curto do ano. Podemos sempre aprender, mesmo em férias, verdade?
O solstício de inverno começa hoje, domingo, dia 22 Dezembro pelas 23:07 horas. Assinala-se então o dia mais curto do ano. E a partir de hoje, os dias começam gradualmente a ser maiores.
Desde a antiguidade que se celebra o solstício, estando o Natal relacionado com a cristianização dessa festa tradicional, que simbolizava o renascimento, o reinício, e o momento em que a luz vencia a escuridão, porque a partir daí os dias iam voltar a ser maiores.
As festas pagãs que tradicionalmente se faziam (e fazem) para comemorar o solstício de inverno e honrar o sol terão, a partir do século IV, sido associadas ao Natal, a festa cristã que assinala o nascimento de Cristo.
Na história há muitas referências ao solstício de Inverno, uma data importante na Roma antiga ou na Europa pré-cristã. E cerimónias para o assinalar esta celebração acontecem na China, países da América do Sul, sobretudo as civilizações Maya e Druidas.
Milhares de pessoas reuniram-se em Stonehenge no Reino Unido para celebrar o solstício de inverno. Também nas localidades Maya, na América Central, para marcar o fim do calendário Maya.
Em Portugal, como sabem, a tradição ainda se mantém na zona de Bragança, com a festa dos Caretos, ou "festa dos rapazes" que é uma festa do solstício de inverno.
Como sempre, nesta altura de férias escolares, deixo sugestões culturais. Então se não andas nas compras e te apetece umas horas tranquilas, fora do bulício da época, aqui tens leitura digital e cinema.
Como sabem, J.K. Rowling está de novo a presentear o seus fãs. Desta vez, doze histórias -quizz (atentos, certamente) divulgadas no l que no site Pottermore até ao dia de Natal..
Estou certa, e falo para os fãs que conheço e passaram por mim, desde a primeira geração de harrypottianos, que estão a seguir a passo e passo estas charadas de modo a decifrá-las rapidamente. Quanta azáfama vai pelo site!
O filme tem recolhido as melhores críticas e os fãs de Tolkien que leram a sequela, bem como a sequela Senhor dos Anéis (esta última lemos nas aulas de Língua Portuguesa, 3º ciclo) não deixarão escapar. Impressionante e belo, ao mesmo tempo. Eventual nomeação para Oscars?
Bom, suponho que esta postagem de férias escolares vos vai agradar, já que encerra duas sugestões do vosso inteiro agrado.
Para todos os que me lêem ficam meus votos de um Bom Natal, na companhia de pais, avós e irmãos. Aproveitem bem as férias!
E não esqueçam todas as pessoas, jovens e menos jovens, que estão nesta época a atravessar situações de incerteza, dor, tristeza, falta de emprego e bens essenciais. Estou certa que todos terão feito algo para as apoiar neste momento tão tocante.
Não podiamos deixar de nos associar ao projecto Borboletário, na celebração do seu 8º aniversário. Iniciado em 2006, participámos nesse mesmo ano, numa actividade pedagógica. O Borboletário de Lisboa, hoje denominado Borboletário do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.
Desde a abertura ao público em 2006 até ao momento, já passaram pelo Borboletário milhares de visitantes, muitas escolas, que puderam aprender, de uma forma prática, a biologia das borboletas e a sua interacção com as plantas.
Foi precisamente em 2006, pouco depois de ser criado, que integrámos no currículo de Língua Portuguesa o projecto Dia B - Dia das Borboletas.
O Borboletário tem como objectivo despertar o interesse do público em geral, e em particular dos jovens em idade escolar, para a importância da conservação da natureza e da biodiversidade.
"O número de visitantes alcançado até agora, reflecte não só o trabalho consolidado em vários anos nas áreas da criação ex-situ de borboletas europeias, na propagação de plantas hospedeiras e na educação ambiental, mas também o resultado da participação cada vez maior em projectos externos de monitorização ecológica, consultadoria técnica e de divulgação científica.", assim se define o Borboletário.
Mal descobrimos o Tagis - Centro de Conservação de Borboletas de Portugal,em 2006, considerámos um projecto inovador e que tinha nas preocupações interagir com as escolas.
Pareceu-nos que enquadrava lindamente este conteúdo programático, dado que são muitos os poetas que referem as borboletas em seus poemas. Claramente um projecto que despoletaria a criatividade dos alunos em actividades de leitura de poemas e escrita criativa, bem como saída da sala de aula para uma lição viva ao ar livre.
Não nos enganámos.Os alunos adoraram, adquiriram competências e desenvolveram aprendizagens que muito enriqueceram o currículo de Língua Portuguesa e Ciências da Natureza.
Foi um dos projectos mais cativantes desenvolvido nesse ano lectivo.
Depois de apresentar o projecto aos alunos e de o negociar com as duas turmas de Língua Portuguesa que leccionava, nesse ano, decidi contactar a equipa Tagis para que nos enviasse o material de apoio que punha à disposição das escolas com o objectivo de celebrar um dia muito especial, o Dia B - Dia das Borboletas.
A equipa do Borboletário respondeu prontamente, enviando o Guiade Campo que Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, assim se denominava em 2006 - disponibilizava para reconhecimento de borboletas em espaço aberto.
E logo pensámos nos Jardins do Parque de Serralves.
O Guia de Campo, muito ilustrativo das espécies de borboletas passíveis de encontrar em Portugal, propunha que os alunos fizessem a observação de borboletas, identificando-as com a ajuda do mesmo guia.
Actividades:
Partindo do Texto Poético a que anexei Dia B - Dia das Borboletas, programei um projecto transcurricular e inter-turmas em que participaram as áreas curriculares: Língua Portuguesa (dinamizadora),Ciências Naturais, Formação Cívica e Educação Visual.
Para fazer a observação e levantamento de borboletas, nada melhor do que percorrer o Parque de Serralves. Contactámos o Serviço Educativo, fizemos a marcação de uma Visita de Estudo.
Os alunos foram divididos em grupos, cada grupo com o seu Guia de Campo para fazer o reconhecimento das espécies encontradas nos líndíssimos jardins de Serralves.
A visita foi a parte final do projecto. Durante um mês, aproximadamente, os alunos estudaram o Texto Poético.
Também no curriculo de Ciências Naturais, procedram ao estudo da espécie.
Durante o estudo do Texto Poético, solictei aos alunos que seleccionassem, à medida que iam lendo, poemas cuja temática incluisse a borboleta. Essas leituras e estudo estendeu-se não só à literatura portuguesa mas também à literatura brasileira.
Após a selecção individual, apoiei os alunos individualmente, na selecção de um poema por aluno, nas duas turmas. Depois da selecção feita, cada aluno transcreveu o seu poema numa uma borboleta recortada em cartolina de cores, elaboradas nas aulas de Educação Visual.
À medida que as borboletas iam ficando prontas, iamos elaborando o nosso Borboletário nos placares da sala de aula). Cada turma criou o seu Borboletário que passou a fazer parte de um Jornal de Parede até final do projecto.
Numa fase posterior, passaram a actividades de escrita criativa, elaborando pequenas poesias alusivas às borboletas.
Os textos poéticos criados pelos alunos foram muito imaginativos, alguns de sensível capacidade para o texto poético. Regra geral, os alunos gostam muito de ler e escrever poesia.
Também com o apoio de Educação Visual, os alunos elaboraram borboletas em papel de seda pintado que suspendemos nas salas de aula e que posteriormente foram levadas na mão pelos alunos para a visita de estudo no Parque Serralves.
Durante a visita, os grupos de alunos preocuparam-se em fazer o reconhecimento de borboletas existentes nos jardins. Sempre que viam uma borboleta, identificavam a espécie com o apoio do Guia de Campo que cada grupo tinha consigo, tomavam nota da espécie e do número observado.
De vinte em vinte minutos, reuniam-se os grupos com os Professores e eu, como professora de Língua Portuguesa, coordenadora do projecto transcurricular, anotava na Folha Relatório as espécies e número de borboletas observadas.
Os alunos observaram muitas espécies - a biodiversidade do Parque de Serralves é muito rica. Observaram a bela dama, a manchadinha, a limão e até espécies mais raras como a carnaval, pavão-diurno, zebra !
Posso afirmar que foi um projecto rico em aprendizagens, muita alegria partilhada numa aula viva ao ar livre, e experiências pedagógicas gratificantes para professores e alunos.
Algumas considerações:
É pois com muita alegria que parabenizamos toda a equipa do Borboletário pelo seu 8º aniversário, hoje no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, e divulgamos o post de aniversariante no seu blogue E assim começou há oito anos o Borboletário.
Sentimos orgulho em divulgar o projecto no início, em 2006, e de fazermos parte dessa dinâmica na criação de projectos audazes que levam a outros voos para todos os deles participámos.