Vigília pelos estudantes desaparecidos
Ferry Sewol | Coreia do Sul
foto: (Won Dae-Yeon-Donga Daily/Getty Images)
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Todos regressaram de férias, felizes, e cheios de vontade de rever os amigos e preparar os exames de final do ano. Felizmente que todos estão bem. Não podemos, no entanto, esquecer o grupo de estudantes e professores sul-coreanos que partiu para férias, felizes, como todos vós, e perdeu a vida num dramático acidente a bordo de um ferry.
É hora portanto de prestar homenagem a todos esses jovens e professores que os acompanhavam, alunos e professores de liceus em Ansan, que morreram, quando o ferry em que seguiam para uma visita de estudo à ilha de Jeju, considerada o "Havai da Coreia", se afundou no passado dia 16 Abril 2014.
Familiares dos estudantes não encontrados
Ed Jones / AFP/Getty Images
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Cerca de 300 pessoas continuam desaparecidas. Mais de dois terços dos que se encontravam a bordo são os estudantes e professores do ensino secundário.
Os familares vivem momentos de desespero, mas ao mesmo tempo, tentam manter a esperança viva, não arredando do local em que se deu o acidente fatídico. Dos cerca de 450 passageiros, 325 eram alunos do ensino secundário que faziam uma viagem organizada pelas suas escolas.
Estudantes sobreviventes
foto: Chung Sung-Jun/ Getty Images
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Kim Sung-Mook, um jovem estudante sobrevivente contou que estava a tomar o pequeno almoço quando sentiu o navio inclinar-se. Conta ainda que começou por pensar que não passava de uma onda. Mas o barco continuou a inclinar-se mais e mais, até que um aviso ecoou pela embarcação, pedinodo aos passageiros que não saissem de onde estavam porque podia ser perigoso.
Em seguida, Kim Sung-Mook ouviu um grande barulho e, pouco depois, enormes quantidades de água começaram a entrar no ferry, provocando o pânico a bordo.
Os estudantes enviaram sms ao pais e chamaram os serviços de emergência, tentando alertar que o ferry estava a afundar-se.
Ferry Swol | Coreia do Sul
foto: Guard/Yonhap/AP)
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As equipas de mergulhadores que há vários dias percorrem o ferry afundado na Coreia do Sul estão a encontrar cabinas cheias de cadáveres, mas enfrentam sérias dificuldades para os recuperar. Neste momento, há 185 mortos confirmados e 117 pessoas aindam desaparecidas.
Equipas de salvamento
foto: Yonhap/ Associated Press
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Segundo as autoridades sul-coreanas, os mergulhadores encontraram os corpos de 48 jovens do sexo feminino, envergando coletes salva-vidas, numa cabina com capacidade para 30 pessoas, o que leva os investigadores a acreditar que quando o barco começou a virar, muitos passageiros, na maioria estudantes do ensino secundário, procuraram refúgio no mesmo local.
O Sewol naufragou na semana passada, depois de fazer uma viragem brusca, no trajecto entre a cidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju.
O capitão da embarcação, Lee Joon-seok, de 69 anos, e outros tripulantes foram detidos sob suspeita de negligência.
Como professora, fiz várias visitas de estudo, em Portugal, e no estrangeiro - Espanha, Holanda - e sei o peso da responsabilidade que pode recair sobre nós, se algo correr mal. Felizmente, tudo correu sempre bem. Mas sei os momentos de muita preocupação que carreguei quando partia com alunos para visitas de estudo, algumas sob o programa Comenius.
O que nos dá muita coragem de partir, é ver a alegria dos alunos na preparação das visitas e durante as viagens/ visitas de estudo e sentir o seu agradecimento pela partilha de emoções. Nada apaga as noites mal dormidas pelo peso da preocupação para que tudo corra bem. Mas a alegria da chegada com todos bem, coloca sempre um sorriso de missão cumprida.
Vigilia familaires
foto: Chung Sung-Jun / Getty Images
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Impossível assim ficar indiferente a tão grande sofrimento e tragédia para os jovens que não conseguiram escapar com vida e para os pais que desesperados perderam os filhos.
Juntemo-nos a estes familiares e ergamos uma preces por todos os jovens estudantes, professores. E para as famílias para que consigam encontrar um pouco de paz para o seu imenso sofrimento.
A Professora GSouto
25.04.2014