Filipinas: desolação total
Destruição nas Filipinas | Tufão Haiyan
foto: autor não identificado
A catástrofe que se abateu sobre as Filipinas e que está em risco de se repetir nos próximos dias, segundo as previsões meteorológicas, deixaram-nos profundamente comovidos e sem palavras para descrever o sofrimento dos Filipinos.
O mortífero tufão Haiyan, agora denominado Yolanda, devastou todo o centro do arquipélago durante a noite de sexta-feira, dia 8 Novembro 2013, e uma grande parte do dia de sábado, 9 Novembro.
A ilha de Leyte foi a mais atingida. Só na capital provincial de Tlacoban há a registar 10 mil mortos1). E falta chegar às populações isoladas.
O secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon instou à solidariedade e são vários os países e organismos internacionais que já anunciaram o envio de donativos e equipas de emergência para as Filipinas. O Papa Francisco doou cerca de 112 mil euros.
"Para além da ajuda humanitária, a UE está já a enviar recursos para a reabilitação e reconstrução possíveis", disse o comissário europeu para o Desenvolvimento, Andris Pielbags, que viajou para as Filipinas.
As Filipinas decretaram hoje o estado de calamidade perante confusão instalado com o rasto de destruição deixado pelo supertufão Haiyan. A comunidade internacional já está mobilizada na ajuda humanitária, mas uma nova tempestade ameaça agora complicar ainda mais os esforços de socorro.
Filipinas
foto: Romeo Ranoco | REUTERS
É que uma nova calamidade está prevista para hoje, terça-feira, à noite, Novembro 12. O ciclone Zoraida deverá atingir o sul das Filipinas e fustigar zonas já devastadas pelo tufão Haiyan. Previsões de mais inundações compromete a ajuda humanitária, quando continua a haver um número indeterminado de desaparecidos.
Os Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronómicos das Filipinas alertam para chuvas moderadas a fortes, que podem causar inundações e deslizamentos de terras. A depressão tropical que se encontra a pouco mais de 600 quilómetros da cidade de Hinataun, com ventos de 55 quilómetros por hora, segue a mesma trajetória no mar que o Haiyan, embora com menos força, mas poderá intensificar-se antes da sua chegada a terra.
foto: Bullit Marquez | AP
Entretanto o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicou, em comunicado no dia 10 Novembro, que está a acelerar o envio de provisões de urgência para as zonas mais afectadas pelo furacão
Contudo, "chegar às zonas mais afectadas é muito difícil" porque "os acessos estão limitados por causa da destruição causada pelo tufão nas infraestruturas e comunicações".
Tomoo Hozumi, chefe da delegação da Unicef das Filipinas
A Unicef adiantou que providenciou alimentos para crianças, bem como água e material higiénico-sanitário para três mil famílias, que serão distribuídos, assim que os acessos o permitirem, na zona de Tacloban, capital devastada da província de Leyte.
Alimentos terapêuticos, kits de saúde, kits de água e higiene para apoiar cerca de 3.000 famílias nas zonas afectadas foram já mobilizados a partir dos stocks existentes no país, começou a ser enviado, por avião, a partir de Copenhaga, na Dinamarca, com distribuição prioritária na zona de Tacloban, assim que o acesso seja possível.
Material que inclui sabão, pastilhas purificantes de água, suplementos nutritivos, mantas e medicamentos, começou a ser enviado, por avião, a partir de Copenhaga, na Dinamarca.
Guardado num armazém da Unicef, o material permitirá ajudar mais dez mil famílias, nomeadamente os afetados por um recente terramoto na zona de Bohol.
Crianças Filipinas
foto: Romeo Ranoco | REUTERS
Segundo as últimas estimativas, cerca de 4 milhões de crianças terão sido afectadas pela catástrofe provocada pelo tufão Haiyan.
"À medida que vamos tendo uma imagem mais nítida do impacto desta crise devastadora, não restam dúvidas de que o número de crianças afectadas é superior ao que se pensava inicialmente,” disse ainda Tomoo Hozumi. “A UNICEF está a fazer tudo o que é possível para chegar a estas crianças o mais rapidamente possível com bens essenciais, para proteger a sua saúde, segurança e bem-estar nos dias difíceis que têm pela frente.”
A Unicef alertou ainda para o aumento dos riscos de as crianças caírem em redes de tráfico de menores, lembrando que os mais pequenos necessitam de "espaços seguros e protegidos para brincar e retomar os seus estudos".
Visitem o site da Unicef e vejam se podem auxiliar em algumas das campanhas que este organismo da Nações Unidas está a desenvolver.
Todos juntos, poderemos fazer mais.
A Professora GSouto
12.11.2013
1) O número de vítimas mortais foi actualizado nas últimas horas pelo presidente filipino. Benigno Aquino declarou à CNN que o número de mortos deverá situar-se 2 000 et 2 500, contrariamente aos 10 000 anunciados até hoje.
Actualização: 13.11.2013